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Como a Alergia Alimentar em Bebê se Manifesta - Buba Produtos para Bebês

Como a alergia alimentar se manifesta em bebê?

Conheça os sintomas, diagnóstico e tratamento desse quadro que pode aparecer na infância.

Considerada um problema de saúde pública pelo aumento da sua prevalência no mundo todo, a alergia alimentar merece bastante atenção. Com sintomas que podem variar de manchas vermelhas pelo corpo até graves problemas respiratórios, o quadro é uma reação imunológica do organismo às proteínas de alguns alimentos.

E quando falamos dos bebês, que ainda estão com o sistema imunológico em formação, a propensão a manifestar o problema é maior. Para piorar, a alergia alimentar em bebê ainda pode ser de difícil diagnóstico, por isso é fundamental conhecer o quadro para ficar de olho em possíveis sinais de alerta.

Os perigos

De acordo com o último Consenso brasileiro sobre alergia alimentar, os alimentos mais relacionados ao quadro são: leite de vaca, ovo de galinha, peixe, frutos do mar, castanhas, trigo, soja e amendoim. O documento, feito em parceria entre a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), ainda destaca que no caso do leite e do ovo os pacientes podem apresentar reações a esses alimentos provenientes de outros animais, além da vaca e da galinha.

Mas como desconfiar da alergia alimentar em bebê? Para responder essa pergunta, primeiro é preciso entender que existem tipos de reações, como a IgE mediada e a IgE não mediada. A diferença entre elas está no mecanismo imunológico envolvido e no tempo de resposta do organismo entre o contato com o alimento e a reação.

A IgE mediada é imediata: em minutos ou em até duas horas os sintomas podem aparecer. Já em caso de IgE não mediada, as reações são chamadas de tardias, podendo demorar algumas horas para se manifestar. Para cada caso, os sintomas são diferentes, conforme elenca a alergologista e imunologista pediátrica Jéssica Luna (RO):

Sintomas da alergia alimentar

IgE mediadaIgE não mediada
Manchas vermelhas na pele, que coçam bastante. Inchaço nos olhos e na boca podem acompanharVômito
Vômito e diarreiaDiarreia
Tosse e dificuldade para respirarSangue nas fezes

Como diagnosticar a alergia em bebê

“O diagnóstico é feito pela presença dos sintomas sugestivos de reação alérgica”, explica Jéssica. “No caso das reações IgE mediada, podemos realizar a dosagem de IgE específica para o alimento suspeito, através de teste cutâneo ou dosagem no sangue. No caso das reações não IgE mediada não temos exames disponíveis, então precisamos realizar o teste de provocação oral para confirmar o diagnóstico”, detalha.

A recomendação, portanto, é: notou algum sintoma? Converse com o pediatra. Ele poderá encaminhar a criança a um especialista, como um alergista, para fazer esses exames e concluir o diagnóstico.

Dá pra tratar

De acordo com a nutricionista materno-infantil Natacha Martin, da Clínica Nutricilla (SP), o tratamento consiste na eliminação dos alimentos que causam os sintomas. “É preciso prescrever uma dieta que consiste em alimentos relativamente não alergênicos e que elimina alérgenos alimentares comuns”, aponta.

Mas é importante não sair fazendo as restrições por conta própria, para não correr o risco de um desequilíbrio nutricional. Por exemplo, no caso da alergia à proteína do leite de vaca (APLV), ao excluir o alimento da dieta sem a devida substituição pode ocorrer carência de cálcio e de vitamina D.

“O planejamento nutricional é o único meio eficaz de garantir o desenvolvimento correto”, reforça Natacha. “O tratamento da alergia alimentar deve envolver múltiplos profissionais de saúde, desde médicos de diferentes especialidades a enfermeiros e nutricionistas”, completa.

Em caso de APLV: possíveis substituições

  • Fórmulas hipoalergênicas, como as fórmulas extensamente hidrolisadas e as fórmulas de aminoácidos livres sob prescrição de um profissional
  • Peixes (como sardinha, pescada e pintado)
  • Vegetais (como brócolis, repolho, rúcula e couve)
  • Gergelim
  • Oleaginosas (como castanhas e amêndoas)
  • Bagaço da laranja e mexerica

Fonte: Natacha Martin, nutricionista

É pra vida toda?

Algumas alergias costumam persistir por toda vida, como é o caso da alergia a amendoim, castanhas e frutos do mar, conforme aponta Jéssica. “Já a alergia a alimentos como leite, ovo, trigo e soja costumam ser transitórias, e a maioria das crianças irá tolerar o alimento entre 3 e 5 anos de idade”, completa a médica.

O poder do aleitamento materno

Infelizmente, não é possível prevenir a alergia alimentar em bebê. Contudo, já se sabe que algumas medidas podem reduzir o risco de o quadro aparecer. É o caso da amamentação. “O leite materno contém vários fatores que podem ajudar na maturação do sistema imunológico e afetar o desenvolvimento de alergias alimentares”, aponta Jéssica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses de idade. Nessa idade, junto à introdução alimentar, ele pode ainda ser oferecido, até os dois anos ou mais. Em casos em que a mulher não pode amamentar, somente um profissional pode fazer a recomendação de uma fórmula adequada para alimentar o bebê.

Mas vale a ressalva: se alguma alergia alimentar for descoberta durante a fase de amamentação, em muitos casos a mãe também vai precisar fazer uma dieta de exclusão. “As proteínas do alimento que a mãe ingere passam pelo leite materno para o bebê”, esclarece Jéssica. “Porém, quando o bebê não apresenta sintomas com o alimento que a mãe ingere, ela não precisa fazer dieta de exclusão”, pontua. Lembre-se, sempre, de procurar um profissional para estabelecer a dieta.

Ainda é importante esclarecer que a alergia alimentar em bebê é diferente da intolerância alimentar. Falaremos sobre esse assunto em breve aqui no blog. Acompanhe!