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Sono do bebê: o que é mito e o que é verdade? - Buba Produtos para Bebê

Sono do bebê: o que é mito e o que é verdade?

Se houvesse a possibilidade de pais e mães de recém-nascidos fazerem um pedido ao gênio da lâmpada, certamente seria para que o bebê pegasse no sono ao ser colocado no berço e “embarcasse” até o amanhecer! Já imaginou que incrível seria? Porém, a realidade está bem distante desse sonho e não há receita pronta para resolver a questão.

A boa notícia é que salvas raras exceções, não há nada de errado com o fato do seu bebê despertar durante a noite. É natural que eles não durmam a noite toda, pelo menos até os seis meses.

A pediatra Patrícia Terrível (@drapattyterrivel), do departamento de amamentação da Sociedade de Pediatria de São Paulo, conta que um dos principais motivos para isso acontecer está no fato deles não conseguirem ficar uma noite inteira sem serem amamentados.

Isso também ajuda a entender porque a partir dos seis meses, quando o bebê já tem mais autonomia e dá início à introdução alimentar, ele passa a dormir melhor, sem a necessidade de acordar várias vezes durante a noite para mamar.

Sem passe de mágica, o que os pais podem fazer de melhor é entender o que dizem os especialistas a respeito do sono dos bebês. Será mesmo que aquela dica da sua amiga vale para você? E o que dizia a sua avó? Entender o que é mito e o que é verdade – e, claro, validar isso na sua rotina – é o melhor caminho a seguir.

Não sabe por onde começar? A gente te ajuda!

Mitos e verdades sobre o sono do bebê

“Rotina é a parte mais importante para o bebê dormir melhor”

Verdade. Bebês gostam de repetição, pois isso os deixa seguros. E foi para comprovar essa ideia que pesquisadores da Universidade de Saint Joseph, nos Estados Unidos, estudaram 405 famílias, cujos filhos tinham entre sete meses a três anos. O resultado da pesquisa? O simples fato de a criança ir para a cama sempre no mesmo horário mostrou melhora na continuidade do sono. Vale investir também na higiene do sono, com banho, massagem, ambiente escurinho e uma música ambiente bem baixinha para ir indicando que é hora de dormir.

“Cama compartilhada tende a fazer que o bebê acorde mais vezes a noite”

Verdade. Isso porque eles acabam mamando não apenas pela necessidade nutricional, mas pelo afeto, porque a mãe está ali ao lado, sempre à sua disposição. E, claro, ele não vai dispensar esse vínculo.

“O bebê aprende a dormir sozinho”

Mito. Geralmente esse tipo de informação vem de pais que não tiveram dificuldades para os filhos dormirem, o que é uma exceção, perpetuando a ideia que todo bebê vai dormir como o deles. Então, a não ser que você seja “sorteada” com a bênção do filho que dorme a noite toda, não dê ouvidos a isso. Entenda que ao menos nos primeiros três meses de vida, o bebê vai repetir ciclos de mamada, cocô e sono. Então, nem vale muito a pena gastar toda sua energia para que ele durma a noite inteira nessa fase.

“Não tem problema deixar o bebê pegar no sono assistindo TV”

Mito. O recomendado é que até os dois anos de idade sejam evitadas ao máximo as telas, seja a TV ou o celular. “Claro que com a nossa vida moderna e agora com a pandemia e a família em casa, isso acabou virando uma polêmica. Mas o fato é que o bebê fica hipnotizado com as telas, querendo ver cada vez mais. E isso vai interferir no sono por conta da luminosidade, que atrapalha o ciclo da melatonina, hormônio que começa a ser produzido lá pelo quarto mês de vida”, diz a pediatra.

“É contraindicado deixar o bebê na cadeirinha para dormir”

Verdade. O ideal é que o bebê durma num plano reto. Pode até ser no carrinho ou no Moisés, desde que não tenha uma elevação. “Quando ele fica muito inclinado na cadeirinha, isso pode obstruir as vias aéreas. E uma coisa é tirar uma soneca nela enquanto está no carro. Outra é passar a noite na cadeirinha. E mesmo no carro, quando a viagem é muito longa, é bom mudar o bebê de posição, pois nos primeiros meses de vida ele ainda não consegue sustentar o pescoço”, orienta a especialista.

“Após o desmame o bebê dorme melhor”

Mito. Não existe, necessariamente, essa relação. Logo, não há sentido algum induzir um desmame com essa finalidade, por exemplo. O que acontece é que a partir dos seis meses, com o início da introdução alimentar, o bebê deixa de acordar várias vezes a noite, pois não há necessidade de ter tantas mamadas noturnas. Daí essa associação que algumas pessoas fazem.

“Deve-se deixar o bebê chorando para que ele aprenda a pegar no sono”

Mito. Imagine que durante nove meses o bebê ficou num ambiente quente, apertadinho e sem luz. Ele estava ali na barriga da mãe encolhido e seguro. De repente, ele vem para um mundo totalmente desconhecido, com luz, barulho… Tudo o que ele quer é se sentir seguro novamente. E deixá-lo chorando, praticamente beira uma violência.

“Sou totalmente contra essa recomendação. Primeiro, porque falando em fisiologia, o bebê chorando fica estressado, aumenta o cortisol e a adrenalina, e isso não o deixa dormir; segundo porque ninguém precisa deixar bebê chorando. O que bebê precisa é de colo, amor, mamadas gostosas”, defende Patrícia.